A oração de Manoá

“Então Manoá orou ao Senhor, dizendo: Ah! Meu Senhor, peço que o homem de Deus que enviaste
venha outra vez e nos ensine o que devemos fazer com o menino que há de nascer.” (Jz 13:8)

O nascimento de Sansão aponta para o cumprimento de uma profecia a respeito da tribo de Dã, registrada no primeiro livro da Bíblia, que diz: “Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel.” (Gn 49:16). O livro de juízes nos conta que Manoá, pai de Sansão, era da linhagem de Dã. Conforme a bênção proferida por Jacó, o descendente de Dã julgou Israel durante vinte anos. Mas o juiz prometido nasceria em um contexto de desobediência. O povo de Israel fazia o que era mal aos olhos do Senhor e por isso havia sido entregue nas mãos dos filisteus. Certo dia, o Anjo do Senhor apareceu à mulher de Manoá e lhe disse que ela, uma mulher estéril, daria à luz um filho.

Sansão, o filho que seria gerado, era uma promessa do Senhor. Uma prova de Sua fidelidade e misericórdia. Um presente para Manoá e sua esposa, mas também um socorro para o povo de Israel. Pense nisso, pois o bem que recebemos do Senhor é para benefício nosso, mas também de Seu povo.

É possível que Manoá e sua esposa já tivessem se imaginado pais algum dia. Quem sabe já haviam pensado sobre o nome de um futuro filho, a profissão que gostariam de ensiná-lo (quem sabe seguiria a profissão do pai, como era o costume de alguns povos e culturas), hábitos que seriam incentivados na sua criação, tradições familiares e valores morais que seriam transmitidos, etc. Todavia, todos os projetos e intenções pessoais foram colocados de lado e Manoá parece ter sido tomado por uma profunda convicção de que o filho era um presente de Deus, por isso orou ao Senhor: “ensine o que devemos fazer com o menino que há de nascer”!

De modo semelhante, eu e você também recebemos promessas e presentes do Senhor. Talvez seja a convocação para um cargo importante no trabalho, o chamado para servir em uma função na igreja, o casamento e a constituição de uma família, a missão de ser pai e mãe, a direção para mudar de cidade, país ou mesmo profissão. É grande a alegria da promessa, mas envolve-nos também um grande temor diante da responsabilidade à frente. Estamos certos de que o mundo em que o “filho” nascerá também é cheio de desobediência e pecado. Mas entendemos que o presente vem do Senhor e queremos ver cumprido o Seu propósito. Está à nossa disposição o mesmo recurso de Manoá – a oração! Num instante breve, o verso seguinte nos diz que “Deus ouviu a oração de Manoá”.

Ainda que o cenário à nossa volta seja desafiador, temos um Senhor que nos ouve. A esse respeito, há uma promessa sobre nós: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse ensinará a vocês todas as coisas…” (Jo 14:26). O Espírito nos consola quando nos sentimos fracos, despreparados e incapazes. Por outro lado, o papel Dele não é gerar autopiedade ou acomodação em nós, mas Ele foi enviado para nos ensinar. O coração disposto a aprender e a ser aperfeiçoado vive aquilo que Paulo ensinou a Timóteo: “…segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia” (1Tm 1:18).

Manoá fez perguntas: “…qual será o modo de viver do menino e o seu serviço?”. Certamente há perguntas em nossos corações. Qual será o modo de viver: que posição o Senhor quer de nós? Como devemos agir? Qual o próximo passo a ser dado? E o seu serviço: qual é o propósito disso, Senhor? Qual será o meio pelo qual Teu nome será mais glorificado? O Senhor há de responder àqueles que O buscarem com sinceridade. Que Ele nos faça conhecer e viver o Seu projeto para nós.

“Senhor, somos gratos pelos presentes e promessas que recebemos de Ti. Entendemos a grande responsabilidade em nossas mãos e muitas vezes não nos sentimos capazes. Precisamos que o Teu Espírito Santo nos console e nos ensine. Cumpre em nós o Teu propósito, Pai. Usa o ‘menino que há de nascer’, não somente para o nosso bem, mas para benefício da Tua obra e do Teu povo. Seja bendito o Teu nome para sempre, amém!

3 comentários em “A oração de Manoá

  1. O mesmo Senhor que nos dá o ‘menino’ nos braços, também é O que nos orienta sobre o que fazer a seguir. Louvado seja o Seu nome porque não estamos desamparados 🤍
    Que boa palavra, filha!

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  2. Buscar propósitos mais altos é exatamente o que o homem vem perdendo ao longo de sua história. As pessoas rápida e facilmente se acomodam a propósitos medíocres, até por não crer nas coisas eternas. A Bíblia é, de fato, nosso “manual do fabricante”, glória a Deus por nos dá-la de presente! Belo texto, Carol, viva o Rei!

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